Entenda melhor o AVC (Acidente Vascular Cerebral)

Postura típica de braço e mão no AVC

Este artigo é um resumo objetivo de informações para que você entenda melhor o AVC. Afinal, este é um problema frequente em nossa sociedade, fazendo com que o contexto dos envolvidos mude drasticamente. Conceitos, classificação, sinais e sintomas, evolução, tratamento e reabilitação são tratados aqui.

O encéfalo é conjunto das áreas do sistema nervoso que estão dentro da caixa craniana (crânio). O cérebro é uma destas áreas. Quando se trata de lesões vasculares (que envolve os vasos sanguíneos) é correto dizer Doenças Vasculares Encefálicas, entretanto, o termo convencionado e mais utilizado é Doenças Cerebrovasculares (DCV). É provável que cerca 50% das doenças neurológicas sejam oriundas de envolvimento vascular.

São diversas as DCV, mas o Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou ainda Acidente Vascular Encefálico (AVE), é típico e evidencia o que acontece nas lesões vasculares do encéfalo, principalmente o déficit neurológico agudo (perda de força com graus variados de um lado do corpo e/ou perda dos sentidos).

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O termo “acidente”, apesar de instituído, não é o mais correto, haja vista que dá a noção de algo inevitável ou inesperado. O AVC tem causas ou predisponentes bem definidos, o que lhe retira o caráter de acidente. O termo “ataque” (do inglês Stroke) é mais adequado ao que acontece na patologia. Por isso, alguns autores preferem referir-se a Ataque Vascular Cerebral.

Mesmo tendo conceituações diferentes, termos como isquemia, derrame, infarto, apoplexia ou hemiplegia são também utilizados para o AVC.

Conceito de AVC

O AVC se apresenta como um déficit neurológico (perda de força ou coordenação motora, perda ou alteração da sensibilidade, transtorno da fala ou da visão…) focal (região específica, mais ou menos ampla) e repentino, causado por lesão ou alteração dos vasos sanguíneos (artérias ou veias) na ausência de convulsão ou trauma.

O que acontece no AVC

As lesões vasculares geralmente ocorrem por embolia (deslocamento de êmbolos de gordura ou coágulos de sangue) ou trombos (coágulos fixos nos vasos), levando à isquemia ou derrame.

A consequência natural de um AVC é o infarto (morte de células) dos neurônios (de qualquer área dentro do encéfalo, por exemplo “infarto cerebral” ou infarto cerebelar”). O infarto ocorre porque é interrompido o fluxo de sangue para os neurônios de terminada região, não conseguindo mais chegar a eles o oxigênio e a glicose, tão preciosos a sua atividade energética e sobrevivência. Tal interrupção ocorre ou porque o vaso “entope” (causando isquemia) ou porque ele se rompe em hemorragia (causando derrame). Assim, isquemia e derrame são as duas formas comuns de ataque vascular que levam a morte neuronal e às consequências porvir.

Quanto à isquemia, existe a chance de não ocorrer infarto dos neurônios, porque o entupimento foi rápido e/ou insuficiente para lhes causar danos definitivos. É o chamado AVC transitório. Crises Isquêmicas Transitórias, como também é chamado este tipo de acometimento passageiro, podem ser únicas ou várias. Espera-se que cerca de 50% destes pacientes tenham uma isquemia definitiva com o passar dos meses, o que torna fundamental investigar e tratar a doença que causou o evento, evitando futuras isquemias.

Classificações do AVC

Pode-se classificar o AVC isquêmico da seguinte forma:

–  Ataque Isquêmico Transitório (AIT): melhora do quadro neurológico em até 24 horas;
– Déficit neurológico isquêmico reversível: melhora do quadro neurológico entre 24 horas e 1 mês;
– AVC em progresso: quadro neurológico em piora progressiva;
– Infarto cerebral: morte de neurônios com quadro neurológico completo após 1 mês (às vezes se considera 3 meses).

Pode-se classificar o AVC hemorrágico da seguinte forma:

– Hemorragia intracerebral: quando o extravasamento de sangue ocorre dentro da massa cerebral, levando a sinais e sintomas neurológicos típicos de sofrimento ou morte dos neurônios;
– Hemorragia subaracnóidea: extravasamento de sangue que ocorre fora da massa cerebral (no espaço chamado subarcnoideo), porém, comprimindo o cérebro e demais estruturas dentro do crânio, provocando dor intensa e aumentando da pressão intracraniana, o que leva a diminuição de oxigênio (hipóxia) e suas consequências.

Sinais e sintomas do AVC

O AVC é uma emergência médica, tanto pela possibilidade de morte do paciente, quanto pelas sequelas neurológicas possíveis. Hoje, existe o consenso médico que, para alguns pacientes, as primeiras três horas após o infarto cerebral são cruciais para reduzir os danos neurológicos, caso nesse período seja introduzido o tratamento adequado (trombolítico). Isso porque é possível viabilizar a sobrevivência de neurônios em vias de falência (zona de penumbra).

A precocidade em reconhecer numa pessoa os sinais neurológicos de instalação do AVC e o seu rápido encaminhamento a um local de tratamento apropriado são determinantes para sua sobrevivência e para sua capacidade funcional na fase de reabilitação.

O AVC típico tem graus variados de sinais e sintomas, tanto na fase inicial (ou médica), quanto na fase tardia (ou de reabilitação).

Na fase médica:

Na fase inicial, em alguns casos o AVC poder progredir de forma relativamente lenta, se desenvolvendo por algumas horas, porém, o típico é uma instalação súbita, aguda e de progressão rápida. A intensidade dos sinais e sintomas e a gravidade do caso dependem muito do local atingido e do tamanho da lesão.

Os principais sinais e sintomas de instalação do AVC são:

– dor de cabeça (cefaleia);
– vômitos;
– perda de consciência ou confusão mental;
– fraqueza (ou perda total de força) de membros e/ou face;
– incapacidade de se equilibrar;
– quedas;
– convulsão;
– perda de visão;
– alterações na fala.

Na fase de reabilitação

O quadro de sequelas físico-funcionais que o paciente com AVC irá apresentar após sair do hospital e estar clinicamente estável, pronto para a reabilitação, é variável e depende de fatores como local da lesão, tamanho do dano neurológico, efeito do tratamento médico realizado, complicações na fase médica, capacidade de recuperação ou atuação funcional dos neurônios (plasticidade neuronal, melhor nos mais jovens) e outros.

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Os principais sinais e sintomas do paciente típico com AVC, na fase de reabilitação, são:

espasticidade (alteração no tônus que leva a rigidez da musculatura afetada, causando mais ou menos paralisia);
– fraqueza (paresia) ou perda total de força (plegia) nos membros afetados;
– incapacidade de entrar e sair de posturas básicas por si só, tais como rolar na cama, sentar-se, levantar ou caminhar;
– incapacidade de manter o equilíbrio em pé;
– falta de contato ou de reconhecimento (negligência) do lado afetado, deslocando-se, de forma inconsciente, para o lado não afetado;
– dor em graus variados no lado afetado, sem lesão ou trauma (chamada “dor neurológica”)
– alterações diversas na fala, na memória e no comportamento;
– outros.

Tais sinais e sintomas podem não ocorrer juntos no mesmo paciente. Cada caso mostra uma mistura deles, com ausência de uns e presença de outros, e com graus diferentes de acometimento. No entanto, a maioria deles é, em parte, passível de melhora relativa, seja espontânea, seja pela reabilitação adequada realizada por áreas como a fisioterapia, terapia ocupacional ou fonoaudiologia. As terapias físicas de reabilitação têm por objetivo principal reduzir as sequelas e devolver ao paciente o máximo de funcionalidade possível.

Importante: estas alterações de origem neurológicas, quando não tratadas adequadamente pelos profissionais de reabilitação, geralmente progridem para encurtamentos musculares, deformidades articulares, aumento da dor e incapacidade funcional definitiva. Escaras e problemas respiratórios recorrentes também são comuns.

Adriano Daudt
Fisioterapeuta
Crefito5 19368F

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