[Dor nas costas] Nova diretriz para o tratamento da dor lombar

dos nas costas ou dor lombar
dor nas costas / dor lombar

O assunto deste artigo, dor nas costas ou dor lombar de origem não neurológica, não está diretamente ligado ao escopo deste site. Mas trata-se de um dos principais problemas da população brasileira, com alto índice de disfunção e comprometimento físico, envolvendo a área Saúde em diferentes níveis, e tendo a fisioterapia como um dos principais meios de tratamento eficaz. Por isso resolvi escrevê-lo e publicá-lo aqui no site Reabilitação Neurológica.

Uma boa notícia para pacientes que preferem as terapias físicas, ao invés de remédios. A maior organização de especialidades médicas dos Estados Unidos, o ACP (American College of Physicians), ou Colégio Americano de Médicos, divulgou (em fevereiro de 2017) em Annals of Internal Medicine uma nova diretriz para a dor nas costas, mais especificamente para a dor lombar de origem não neurológica.

O título traduzido da publicação é “Tratamentos não invasivos para a dor lombar aguda, subaguda e crônica: uma guia para a prática clínica do Colégio Americano de Médicos”.

O objetivo do ACP ao desenvolver a nova diretriz foi atualizar recomendações clínicas a médicos e pacientes quanto ao tratamento não invasivo da dor lombar. As novas recomendações foram baseadas em medicina por evidências, ensaios e artigos realizados e publicados recentemente (até abril de 2015).

De forma direta, a nova diretriz desestimula, num primeiro momento, o uso de remédios e indica, fortemente, tratamentos não farmacológicos.

As novas recomendações para o tratamento da dor lombar, segundo o ACP

Na publicação, didaticamente, a ACP divide as dores lombares em agudas (até 4 semanas), subagudas (de 4 a 12 semanas) e crônicas (acima de 12 semanas).

Segundo o texto, as evidências mostraram que “a maioria dos pacientes com dor lombar aguda ou subaguda melhora ao longo do tempo, independentemente do tratamento”, portanto, médicos e pacientes devem dar preferência e “selecionar o tratamento não farmacológico com calor superficial, massagem, acupuntura ou manipulação espinhal”.  

Caso não haja melhora e o tratamento com remédios seja necessário, médicos e pacientes “devem selecionar medicamentos antiinflamatórios não esteróides ou relaxantes musculares”.

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No caso da dor lombar crônica, médicos e pacientes “devem inicialmente selecionar o tratamento não farmacológico com exercícios, reabilitação multidisciplinar, acupuntura, redução do estresse baseado na atenção plena, tai chi, ioga, exercício de controle motor, relaxamento progressivo, biofeedback eletromiográfico , terapia laser de baixa intensidade, terapia operante, terapia cognitivo-comportamental ou manipulação espinhal”. 

Caso não haja melhora da dor crônica com as terapias não medicamentosas, o tratamento farmacológico com antiinflamatórios não esteroides entra como terapia de primeira linha, ficando medicamentos mais fortes, como os opioides, por último.

Parâmetros utilizados para avaliar os tratamentos da dor lombar

Duas perguntas básicas nortearam os pesquisadores, a fim de elaborar a nova diretriz: 
(1) Quais são os benefícios e danos comparativos de diferentes terapias farmacológicas para dor lombar não radicular aguda ou crônica?; E, 
(2) Quais são os benefícios e danos comparativos de diferentes terapias não farmacológicas e não invasivas para dor lombar não radicular aguda ou crônica?

Ao revisar os diversos tratamentos para a dor lombar, o Colégio levou em consideração os seguintes parâmetros:

– redução ou eliminação da dor lombar (incluindo sintomas relacionados com as pernas);
– melhora funcional específica e global;
– melhora da qualidade de vida relacionada à saúde;
– recuperação da capacidade de trabalho e regresso ao trabalho;
– diminuição ou eliminação de episódios de dor nas costas e/ou diminuição do tempo entre episódios;
– efeitos adversos das intervenções;
– satisfação do paciente.

O artigo publicado pelo ACP é longo e inclui informações pesquisadas sobre diversas formas de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos. Mas é possível fazer algumas observações pertinentes. 

Algumas observações sobre a nova diretriz para o tratamento da dor lombar

Parece que, atualmente, existe uma cultura do subdiagnóstico, ou seja, do diagnóstico não conclusivo. Assim, o tratamento a ser instituído se baseia nos sintomas e não na causa. É o que o ACP chama de “medicalização dos sintomas”. Como foi constatado que grande parte das dores lombares são autolimitantes, este tipo de procedimento perde o sentido.

O fato da maioria das dores lombares (ou dor nas costas) serem autolimitantes, ou seja, resolverem-se sozinhas, permite uma redução do uso de medicamentos, principalmente aqueles que causam comumente efeitos adversos, como os opioides.

O uso de medicamentos vem sendo indiscriminado para o tratamento da dor nas costas, o que é inseguro e oneroso para os pacientes (e para os governos), preocupando as autoridades. Além disso, paradoxalmente, os resultados do uso de fármacos não são satisfatórios, o que incentiva a busca por tratamentos alternativos.

Tratamentos alternativos para a dor lombar ou dor nas costas

Existem muitos tratamentos não medicamentosos que vêm se mostrando eficazes para o tratamento da dor nas costas, em qualquer de seus estágios. E o texto publicado pelo ACP contempla diversos deles, incluindo evidências de resultados, efeitos satisfatórios ou não e comparações entre métodos.

A fisioterapia abriga grande parte dos recursos físicos utilizados na reabilitação e citados pelo ACP, tais como ultrassom, eletroanalgesia (TENS), ondas-curtas (calor profundo), laser de baixa intensidade, calor superficial, massagens, gelo, manipulações da coluna vertebral, biofeedback e outros.

Também são descritos resultados com Yoga, Pilates, Acupuntura e Tai Chi. Além dessas, foram valorizadas as Terapias Psicológicas, envolvendo componentes emocionais e cognitivos.

Importante: é dada ênfase no exercício físico e na própria movimentação diária, ativa, onde o paciente busca a ação, ao invés do repouso, mesmo quando estiver com dor. Certo, é preciso cautela, haja vista a dor ser subjetiva, portanto, sentida de forma diferente em cada pessoa.

E, mesmo se não for possível uma movimentação próxima do normal quando em crise, é enfatizada a importância da atividade física personalizada como forma de prevenir a dor lombar ou dor nas costas.

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Uma recuperação mais natural da dor nas costas

A íntegra da publicação do ACP garante um tratamento mais racional para a dor nas costas de origem não neurológica e, por consequência, uma recuperação mais natural. Menos remédios, mais terapias alternativas. Menos efeitos colaterais, mais resultados duradouros. Menos sedentarismo, mais atividade.

O que o Colégio Americano de Médicos está anunciando, em outras palavras, é que profissionais de diferentes áreas de reabilitação, tanto físicas, quanto psicológicas, são fundamentais no tratamento da dor nas costas, e não mais somente coadjuvantes.

É a confirmação, do que há muito já se sabia, que profissionais de outras áreas da saúde, além da medicina, são amplamente capacitados para realizar diagnósticos específicos, direcionando corretamente métodos e técnicas a fim de tratar a dor nas costas, obtendo resultados sem o uso de medicamentos e, dando assim, alternativas bem mais saudáveis aos pacientes.

Os próprios pacientes, mesmo aqueles com dor crônica, devem repensar sua forma de viver e conviver com o problema da dor lombar. As recomendações de mais movimento são claras, haja vista os resultados positivos encontrados na pesquisa. Para profissionais de reabilitação, tais resultados são vistos na prática cotidiana.

Por último, o ACP frisou que, assim como os tratamentos medicamentosos devem ser prescritos por médicos, os tratamentos não medicamentosos devem ser realizados por profissionais de cada área (fisioterapeutas, psicólogos etc.) a fim de proteger os pacientes de erros amadores.

Fontes Pesquisadas:
– site do ACP (https://www.acponline.org/)
-site Annals of Internal Medicine do ACP (http://annals.org/aim/article/2603228/noninvasive-treatments-acute-subacute-chronic-low-back-pain-clinical-practice)

Adriano Daudt
Fisioterapeuta
Crefito5 19368F

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