Encurtamentos musculares e deformidades no paciente neurológico

Encurtamentos musculares e deformidades no paciente neurológico são consequências comuns que precisam se evitadas. Negligenciá-las é dar vasão a uma qualidade de vida aquém daquela que o paciente pode ter.

Em grande parte, tais sequelas acontecem por falta de tratamento correto e por falta de orientação adequada a todos os que lidam com o paciente neurológico.

Não é fácil evitar tais consequências a longo prazo. Porém, no caso de pacientes graves, existem técnicas de manuseio e posicionamento capazes de evitar os encurtamentos musculares e deformidades.

Encurtamentos

Na imagem abaixo, se vê um encurtamento do tendão de Aquiles, fazendo com que o pé não consiga mais movimentar-se em toda a sua amplitude, no eixo do tornozelo. Caso o paciente seja colocado em pé, ele ficará na ponta do pé, sem conseguir encostar o tornozelo no chão.

Forçar para baixo o tornozelo, de forma inadequada, poderá romper o tendão, causando dano maior. Estude o texto da imagem abaixo.

Encurtamento do tendão de Aquiles

Já na imagem abaixo, o paciente apresenta uma forte contração involuntária (chamada espasticidade) dos músculos da perna e do pé. Isto é gerado por um reflexo anormal mantido por muito tempo, levando à deformidade do tornozelo e pé.

Tríplice reflexo flexor (quadril, joelho r tornozelo)

Caso este reflexo persista sem uma compensação da reabilitação, os músculos do joelho e quadril também estarão afetados. Isto, até que a perna toda fique recolhida em definitivo, não podendo mais estender.

Tratamento precoce

A Fisioterapia se utiliza de diversos recursos para tentar evitar os encurtamentos musculares e deformidades. Porém, eles só terão eficácia se o tratamento começar cedo, haja vista a facilidade e rapidez com que estes problemas surgem após as lesões do sistema nervoso. 

Torna-se bastante difícil reverter um encurtamento muscular que vem se cronificando e a possibilidade de reduzir uma deformidade articular estruturada é quase nula. Por isso a importância do tratamento precoce.

Reflexo flexor

O reflexo flexor que se manifesta na perna do paciente neurológico, após certas lesões cerebrais, pode levar a encurtamentos definitivos e deformidades. Trata-se de uma contração involuntária dos músculos que fletem (dobram, encolhem) a perna, envolvendo o quadril, o joelho e o tornozelo.

Na imagem abaixo, mostramos o processo de instalação desse reflexo.

encurtamentos e deformidades
Reflexo flexor se instalando

Na tentativa de estender (esticar) a perna esquerda ao comando verbal do fisioterapeuta, o reflexo flexor provoca uma resposta inversa, trazendo a perna para a flexão, dobrando-a cada vez mais.

Este paciente caminhava até um mês antes desta foto, apesar de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Porém, como não teve a intervenção de uma reabilitação adequada a tempo, teve o reflexo flexor aumentado e passando a dominar o movimento da perna.

O mecanismo fisiopatológico deste reflexo envolve diversos grupos de neurônios e sinapses, sendo chamado de polissináptico.

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Além disso, no início, a sensibilidade da pele (chamada sensibilidade exteroceptiva) trabalha desencadeando o reflexo. Assim, o simples roçar dos lençóis um estímulo para a contração total da perna em flexão.

O próximo estágio desta anormalidade reflexa é a retração dolorosa e, posteriormente, o encurtamento definitivo dos músculos envolvidos (principalmente os músculos localizados atrás da coxa). Isto não permitirá mais que a perna estenda.

Prevenção

Em relação à prevenção deste distúrbio, ela seria possível, desde que precoce.

Uma opção de tratamento é o trabalho feito com talas extensoras de membro inferior, somado à manutenção da postura em pé do paciente e alongamentos funcionais.

Importante é o reforço dos músculos contrários (antagonistas) àqueles que estão reflexamente contraídos, ou seja, os músculos extensores (principalmente o quadríceps da coxa). Por outro lado, caso isso não aconteça, será muito difícil evitar o pior a médio prazo.

O controle da posição do membro inferior enquanto sentado ou deitado é fundamental. A tala de joelho deve ser usada o máximo possível, inclusive ao dormir.

O processo de recuperação, neste caso, envolve não só a fisioterapia, mas também a enfermagem e os familiares. Estas são as pessoas que ficam mais tempo com o paciente.

Alongamento funcional
Molde gessado

Na imagem abaixo, a consequência natural e definitiva da falta de tratamento adequado do reflexo flexor anormal.

Encurtamento definitivo

Dr. Adriano Daudt
Fisioterapeuta
Crefito5 19368F

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